Desde sempre
se lembrava de a conhecer. De vista, de sonhos, de ânsias, de cruzar em algum lugar. Achava sim, que a
conhecia, daquela ou de outra vida. Mas conhecia, afirmaria, com quase toda a
certeza que enganado não estaria. Ainda assim, deparou-se na questão, seria justo se afinal não a conhecesse? Não, não! Tinha a certeza que a
conhecia! E ali a tinha, parada à
sua frente com um ligeiro sorriso nos lábios e um olhar vago, esperando por
saber o que aquele lhe queria,
-
Sim? Diga?
-
(...)
-
Bom, se não se importa solte-me o braço... tenho de seguir.
Como pode, ela não me conhece... pensou, desesperou. Como?! Sempre
a conheci, sempre a quis, sempre a
desejei, sempre a ...
Aliviou a mão, ela o olhou, ainda que com desinteresse, e apressou-se
na corrida. Entrou no elétrico que partiu de seguida.
...amei
(sussurrou
baixinho)