Cubro e cobro a beijos o que tiver de ser, neste meu
eloquente desejo, sei que nem vejo, aposto num desconecto anseio, até o chão do
mundo beijo. Beijo as expectativas irreais , nada é em vão, nem tu penses sequer
num suposto não. Tem de ser assim, enfeito o beijo, encanto e iludo, suspenderam
minha viagem e não quero merecer outro lugar se não este que é de tão bom estar,
onde passo a cada hora tinta a 5 letras e sai mais um beijo e outro a seguir, que
mal tem é um beijo, quem me impede então, se não é doce é acre é viver de ocasião.
É um beijo vermelho, que meigo, aparentado
a frio, suado a amargo, que queima, cola no lábio como o cubo de gelo cortado
do glaciar, lânguido feitiço, indeterminado cobiço, beijo perdido num fundo de
um quadro a veneno pintado, penado num milagre de amor fantasiado, uma promessa
de não pernoitar só. E então, faz de conta, que mal há, é um ensaio num espelho
beijado, um fazer amor como a colher engenhosa dona do açucareiro, é amarrar como
erva enrolada puxada demora num charro travado. Deixa-te livre levada, embarca
afinal no beijo, beijinho beijado e deixa-me ver-te sorrir, como gosto de te
ver sorrir...
Quanto custa esse beijo?