Este pêlo branco

Aqui, nesta montanha batem os primeiros matinais raios de sol e quando este desce e se apresenta o luar tem-se a sensação de que nada se apresentou diferente do que já foi, do que é ou que poderá vir a ser. Não espere nada, nem deslumbramento nem desilusão, não é essa a brancura que se pretende.
Anseie o nulo para que atinja o supremo início do tudo de novo.
Muito gosto,
Cabra Branca.

terça-feira, 19 de julho de 2011

Ao Bairro

A frase dançava-lhe na cabeça, a gargalhada não é um sentimento, gargalha aparente, provida ou não de razão, por algum agrado ou enfadonho sentimento, ouvira alguém dizer, a gargalhada não é um sentimento...
E o telefone tremelicou, mensageiro de notícias saudosas: “- Vem jantar! 20 horas em ponto, sem direito a recusa!”. Sem direito a recusa, uma convicta ordem de amizade com mais de dúzia de anos.
À hora marcada Renata tocava-lhe à porta, e sem grande demora já à mesa se apresentava o repasto, o de sempre, ostentado em ilustre wook carregado de massas finas e tricolores legumes, um já clássico de sucesso naquela mesa de amigo. Sentiam-se tão bem acompanhados, preenchidos por tão boas conversas. O tempo era veloz passava entre o dueto de voz.
Subiram ao Bairro Alto, aquecidos pelo Gatão rosé, o destino, o de sempre, fazia já parte da noite pararem no bar dos melhores mojitos. O Bairro? no contexto de sempre, as mesmas ruas húmidas, os mesmos cheiros e barulhos, os mesmos olhares e os mesmos engates de sempre. O Bairro, uma novela, não tão previsível. O Bairro, ali está, ao fio da meada, onde a gargalhada não é sentimento, não é indiferente, é sim acontecimento.