Dark Rooms
Lisboa - O mais famoso fica no segundo andar do Bric-a-Bar, a discoteca gay mais antiga de Lisboa, com 35 anos. Os quartos escuros são, portanto, raros na capital. E olhados com desprezo moral por muitos gays, embora sejam eles os frequentadores. Mas o que são? Trata-se, em regra, de uma sala toda pintada de preto, às escuras, apenas com luzes de presença, onde vão homens gays para terem sexo anónimo com desconhecidos ou recém-conhecidos.
No caso do Bric, o quarto escuro abriu há 15 anos. Nessa altura, apenas as saunas tinham zonas do género. Mauro, um dos responsáveis pela discoteca, diz que não gosta destes sítios, mas achou boa ideia criar um em Lisboa. “É um serviço como outro qualquer, que existia noutros países e fazia falta aqui”. Mário Varela, DJ e relações públicas do Bric, acrescenta: “Ao contrário do que algumas pessoas dizem, isto não funciona como uma ajuda à promiscuidade. Só vai quem quer”.
Aberto às quartas, quintas e domingos, este quarto escuro continua a ser uma preciosidade no underground lisboeta, mas perdeu o fulgor de outros tempos.
Quando funcionava ao fim-de-semana, estava quase sempre apinhado. “Havia noites em que nem se conseguia entrar”, recorda o entrevistado. Nessas horas de ponta, estavam 50 pessoas, todas juntas, a ter sexo de pé. Então como hoje, havia algumas que acendiam os isqueiros para se certificarem da beleza dos desconhecidos. Algo que só acontece em Lisboa e é motivo de fúria entre os convivas, garantem várias pessoas.
A maneira mais fácil de fazer as coisas é engatar na pista de dança e seguir depois para o quarto escuro. Nas saunas, funciona da mesma forma, com a vantagem de que aí há menos confusão. Bastam uns olhares e, se for caso disso, uma breve troca de palavras.
Time Out terça-feira, 20 de Novembro de 2007
Mariana Carvalho, responsável pela organização da Íntima Party, que se realiza esta sexta-feira, dia 30, na discoteca Bric, está convencida de que as mulheres vão aderir ao quarto escuro que nessa noite estará a funcionar só para elas.
“Vão aderir porque em Lisboa não há outros espaços onde possam estar à vontade sem limites”, diz.
O quarto escuro, diga-se, é tradicionalmente um espaço para sexo livre entre homens e funciona em discotecas ou saunas. O do Bric existe há anos e é a primeira vez que vai proibir a entrada a homens. A Íntima Party quer-se feminina e lésbica. A festa começa pouco antes da meia-noite e prolonga-se até ao nascer do dia. Promete muitas surpresas, mas de concreto o que se conhece é o cartaz.
“A Íntima Party foi criada a pensar no público lésbico de Lisboa e de todo o país”, diz Mariana Carvalho. “Mas pretendemos receber todas as caras, credos, cores e nações”, esclarece.
O quarto escuro, refere a organizadora, “será a marca registada” da Íntima Party. Isto é, a ideia é realizar outras edições da festa e ter sempre um quarto escuro para mulheres. A periodicidade poderá ser mensal, adianta Mariana Carvalho. “Se a festa crescer muito, o espaço terá de ser repensado", informa.
Time Out terça-feira, 27 de Outubro de 2009
http://www.intimaparty.com/2edicao.html
Será para quando a íntima party3?!? Hummm
Foto Quark