Este pêlo branco

Aqui, nesta montanha batem os primeiros matinais raios de sol e quando este desce e se apresenta o luar tem-se a sensação de que nada se apresentou diferente do que já foi, do que é ou que poderá vir a ser. Não espere nada, nem deslumbramento nem desilusão, não é essa a brancura que se pretende.
Anseie o nulo para que atinja o supremo início do tudo de novo.
Muito gosto,
Cabra Branca.

domingo, 28 de fevereiro de 2010

No Shaker

e ontem foi assim;
Brazen hussy
Ing.:
Cubos de gelo
1 medida de Vodka
1 medida de Triple Seco
1 medida e 1/2 Sumo de Limão
no shaker, abanicar ferozmente! e...
Foto Pedro Moreira
...beber traz à memoria imagens das jazz babies e das loiras platinadas de Hollywood!

Acompanhar o cocktail ao som de:

sábado, 27 de fevereiro de 2010

O BelO e a MonstrA

(este post tem bola vermelha, utilização de linguagem ordinária)
Bem, nem sei bem por onde começar, mas qualquer princípio pode ou deve de ser bom.
Hoje abrir o mail e lá lia-se, “Olá, deves ser o máximo, adorava conhecer-te.”
Confesso que fiquei sensibilizada, no fundo este “directo” que tanto gosto de utilizar na minha forma de ser e estar, aquando jogada para mim, fico direi suspeitosa, provavelmente nem será a palavra bem empregue, mas neste momento questiono-me qual seria a indicada.
Este post, não vai ser acompanhado de imagem sensual, ilustrado com cores tentadoras, porque seria difícil encontrar uma monstra tesuda. E pensarão, mas que diabo fala esta gaja, esta Cabrona desta Cabra? Falo-vos de que tanto a um minuto se recebe um maravilhoso e surpreendente elogio, mesmo que virtual, como se leva com um balde cheio de merda em cima. E lá está, palavras, essas putas dessas palavras!
Fui além delas, fui além de mim, eu disse-vos que brinco com elas ao sabor do meu estado de espírito, e claro virtualmente quem pode saber em que estado estou? Ninguém, ninguém! Banho-me de metáforas que muitos não entendem, e porque terão de entender? Sim! Porquê?
E dirão, a intenção é que conta! Pois outra bela merda, a intenção, a intenção tem manómetro? Sabemos até quando podemos esticar, ou puxar? Pois não, Pois não!...
Assim quero pedir desculpas ao mundo virtual, seja lá ele quem for, por todas as palavras que escrevi e que possa ainda escrever enquanto postagem ou enquanto comentário, ninguém tem por obrigação levar com os meus estados do caralho, sejam categóricos, inquestionáveis ou negativos, nulos, proibidos!
A saber estamos sempre a evoluir, no entanto não vou deixar de ser quem sou, muito menos deixar de desvairar com o meu humor negro, disparatar pelo mais puro dos meus disparates!
E sim tenho coração e corre-me sangue igual ao vosso nas veias.
Desculpem, desculpa!
A Cabra.

E surpreende-me!!!

"MEU" Trolha mais uma vez surpreendeste-me... e gostei! Bastante!
Imagem retirada do blogue Desejos Proibidos

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Surpreende-me!

Hoje pela manhã andava na “blogada” e fui à casa da Laetitia Sweeney Rose, vou usar a expressão em nada diminuta, fui à casa da Rose, e encontrei por lá uma posta bem agradável que me inspirou profundamente…
“Há uns tempos li um artigo sobre mulheres que, com o intuito de surpreender os parceiros, introduziam chocolate na vagina de maneira a tornar o sexo oral ainda mais delicioso. (…) A rotina é uma inimiga monstruosamente letal de qualquer relação, adorando rondar a própria existência humana.” Rose
Assim questiono baby´s (eles e elas, já sabem!), definitivamente desejam chocolate de leite doce ou negro generosamente amargo?

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Eu não sei bem quem tu és...

Hoje recebi o sms mais lindo do mundo! E dentro da temática “Palavras” e “Puta” que este blogue tem dedicado nos seus últimos dias, ei-la:
“Amo o que me dizes linda C”
a pessoa em questão no fundo quer dizer: - Amo o que me ESCREVES linda C.
O melhor do mundo é a simplicidade, não só das palavras como da paixão de desejar alguém, independentemente da forma que a(o) leva a essa ambição.
Já disse inúmeras vezes, e reafirmo, que as palavras são só isso mesmo, palavras, atrevo-me a brincar com elas, arrisco-me e desafio-as, mas no fundo e cada vez mais lhes sinto respeito e afecto, contradição? Talvez! Aliás admito que me alimento em muitas das minhas incoerências, mas só eu sei onde as encaixo e porque as tomo como uma pílula de equilíbrio desequilibrado.
Assim tenho por hábito, provavelmente dirão horrendo, chamar amor a todos os bichos da terra, ou então de linda(o), belheq, visto assim até a mim me arrepia, mas no fundo esse desequilíbrio é naturalmente verdadeiro. Sim amo-os, sim são lindos, isto porque parto do pouco ou muito principio que há sempre um afecto, mesmo que surreal que nos liga enquanto personagem de uma determinada encenação, e com isto não julguem que ando num teatro constante, não! Mas sim aprendi que não importa se vou engolir sapos ou se vão cair sobre mim chuvas de estrelas das melhores que há no mercado. A vida é difícil, e aqui entra o velho cliché de palavras banalizadas, pois que viver não custa, custa é saber viver! E como tenho isso como lema, vai um outro sms lindo de morrer:
“Minha linda C, cheguei e li-te, bom estás On Fire!!! E gosto! Deito-me e encaixo-me em ti… minha querida Puta!”



quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Conversa de vão de escada

O que eu queria mesmo dizer: - Ó coleguinha, se você soubesse como deste ângulo isométrico se vê esse seu cuzinho a ser todo partido!?!?
Podia ir mais além do simples e antes dizer: - Estás a gostar puta?!
Mas no fundo não concordo que se diga: - Queres um miminho na cenaita fofa? ou antes, que te meta a mão até ao punho??!!”
RM

INGÉNUAS(OS) OU ORDINÁRIAS(OS)?

O SEXO – Do acto sexual taciturno ao sexual afamado. Calado ou falado? Monologado ou partilhado?
- Falado e Partilhado!
A PALAVRA – Aquando o dom. Suaves ou ásperas? Delicadas ou ordinárias?
- Todas! Todas as palavras!
NO ACTO - Fará sentido sem a ordinarice da palavra no próprio acto-desempenho? Ordinarice-falada, sim ou não?
- Sim!
Um complemento ou um substituto?
- Complemento!
A cumplicidade da relação propicia a utilização da ordinarice-falada ou é a ordinarice-falada que cria cumplicidade?
- Ambas!
Quando nos excitamos com a ordinarice-falada, isso torna-se um vício?
- Sem dúvida!
É ou não uma prova de afecto a utilização da ordinarice-falada?
- Não só de afecto, mas uma total e intensa entrega!
Um desafio: do que prescindimos primeiro (caso seja preciso optar):
a) Uma palmada (dessas mesmo: no limite pré-sado-deliciosamente-forte).
b) Uma ordinarice-falada do mais puro e primário teatro.
Para reflectir:
Os fetiches/fantasias são em cavalgada (ups! termo traiçoeiro)? Ou seja, será que elevamos cada vez mais a fasquia das fantasias a ponto de já não nos satisfazermos com o "soft"?
Para me responderem:
Sexo - Quem realmente preferem? As(os) ingénuas(os) ou as(os) "ordinárias(os)"?
Palavra - As ordinárias incautas ou as medíocres incrédulas?
Espero por vossos testemunhos
- Vá cão! Anda salta-me para cima e não me deixes sem respostas!!! anhhhanhhh simmmmmmssssssssiiiiiiiimmmmmmmmmmmanhhhhhhhisso, issooo SIIMMM!!!!

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Vamos tomar um co(R)po?

Conversa de varão…
C - Pago sim!
S - Não pagues! Certamente que arranjas de borla e de boa qualidade... É o que não falta por aí...
C - Ou quem sabe ainda me paga! Vais ver…
S - Nada como o savoir faire de quem é como um bom cálice de Vinho do Porto. Adocicado q.b, com um gosto que perdura na boca e aquece a alma.
C - Sim, mas em nome do quanto ao pagar e não pagar eis a questão, como bem sabes os tempos são outros, no caso não pago pela prostituição de um corpo, mas sim pelos prazeres preliminares anteriores à queda em lençóis…
S - Mas será que achas que no final de um manjar suculento se vai beber uma cerveja?
C - Não minha querida, infelizmente para o bolso de qualquer fedelho excelente de cama um bom vinho do Porto paga-se bem! E EU PAGO por um pedaço de muito boa qualidade!
S - É isso mesmo! És uma mulher de fibra! Temos que ensinar os homens a sustentável proeza das mulheres!
C - E isto não é uma justificação ou um falar para me ouvir, é para se ouvi!
S - E então nesse caso vamos DEVORA-LOS? (sorri malandra)
C - Sim!!! E é um gozo falar, melhor gritar o assunto, a música hoje está alta demais!
S - Agora agarra o pau com garra mulher maluca, tens de ter pasta para pagar!
C - Sim, voltarei!!! Ele há fodas que não têm preço!
S - Méééééééééééée

Senhora Puta Não Tem Ouvidos!

INSTANTE FATAL "Sempre gostei muito da palavra puta. Soa bem, é curta, directa, fácil de pronunciar e permite ser usada em multíplos significados dependendo do tom da voz ou da escrita.
Dizer puta pode ser carinhoso, agreste, hostil, provocador, arrojado. Chamar puta exige alguma coragem no uso da palavra e recebê-la pode provocar reacções imprevisíveis: se for uma senhora a levar com ela, sorrirá e achará o piropo carihoso.
Se for uma vulgar puta ficará ofendida.
" Luiz Carvalho

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Ser ou não ser… cabrona ou libertina? Antes Puta!

Atenção: texto retirado e inspirado do blogue Doce Caturrinha encontrado em, blogue do Palavras sensuais.

E aqui vamos;
Resumo:
Libertino é o que pratica o culto do corpo, do prazer, do sexo, não come por comer, alimenta-se. E sempre com o conhecimento prévio do alimento em si.
Libertino hardcore diz: “Queres foder?”;
Libertino literário dirá: “Tenho uma vida para ti na palma da minha mão”.
Um libertino não tem estratégia deliberada. O libertino pode até entregar-se a um corpo, o corpo interessa, o género pode não interessar. Não há que lhes levar a mal.
Cabrão, pode parecer cabrão de aspecto mas nunca na atitude.
Cabrão organizado, nunca diz que é um grande cabrão. Faz sentir qualquer um especial, único.
Cabrão requintado, faz surpresas (leva a presa ao hospital e diz nas Urgências que ele é o amor da sua vida, e isso é grave, uma Urgência!), escrever cartas de amor irresistíveis.
Cabrão moderno, manda sms consecutivamente (sms: “Não me sais da cabeça. E agora?).
Cabrão proactivo, não aceita um “Não”, insistir sempre até a vítima ceder. Não gosta de jantares sem sobremesa. Não tem paciência para conversinhas, cinemazinho, ou passeios no parque. Jantar, só uma vez e depois a coisa fica resumida a sexo. Razão pelo que já está outro(a) em fila de espera e não há que fazer esperar muito.
Cabrão no desfecho, há sempre um desfecho com o cabrão e ele quase sofre com isso, a saber:
Cabrão-aprendiz, desaparece, ou diz que está com problemas ou o célebre “não és tu, sou eu”;
Cabrão-mestre, faz-se sentir mal por ter de partir.
Cabrão como deve de ser!;
Exemplo de diálogo:
Cabrão: Não me ligas nenhuma
Vítima: Eu??? Tu é que não dizes nada há três dias
Cabrão: Se calhar devias perguntar-te porquê. Mas tu é que sabes. Tu é que escolheste assim…
E só depois desaparece.
Se a vítima for pouco experiente ou então só pouco inteligente fica em desespero. COMO É QUE FOI ELA A ESTRAGAR TUDO??!! Se for uma vítima inteligente, percebe o esquema, pode até bater palmas e pensa baixinho: “Ah cabrãooooo” e sorri. Há que lhes dar valor!
É uma arte!, a "A arte de ser cabrão."

“ Gajas tão burras, tão burras, tão burras, tão burras e que se acham o máximo. Há mulheres que ainda não perceberam que são tanto de nada, que nunca irão servir para mais nada a não ser para ser as putas de alguém.”. Escrito por Charmoso

SER PUTA É ARTE! Misscabra Bianca.

Adejem

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

na hora H

- Vem! Não inventes merdas, arruma isso vamos almoçar…
- Mas ainda ontem comemos!?
- E?
- Um dia ele ainda vai perceber …
- Ele é isso mesmo, não passa de um ele! Nós somos elas, não sentes o pecado assim menor?
- Bem sim, quer dizer, não! Bem sim e não...
-Então enquanto pensas vamo-nos comer!

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

D17.17H

A.MARTE

Acordaram estafados, corpos nus, enlaçados, colados, cúmplices ainda entesados... seriam eles as celebridades daquele filme?
Silencioso olhar pensante, dúbio, eles mesmo, reais físicos, as estrelas daquele papel.
Olharam-se, beijaram-se profundamente, para além deles, como sugando um desejo íntimo, entranhado, escondido. O medo, surgiu naquele instante, forte, intenso e eterno querer ambíguo…
- És intensa, viciada nas tuas personagens e perigosa, emocionalmente perigosa...
- E tu, és um consumidor galante, perigoso e apaixonante, uma linha branca em formato de amante, és viciante...
- És linda!
- És mágico!
O precipício do desejo na vertigem do sabor, na crença num abismo lindo no olhar, no sentir, no amar...
É um andar no ar.
É um sentido único a flutuar.
...e vou AMARTE.


13ª Consulta

Provar inquietude Caríssima D.ª Cabra
Escrevo pela primeira vez no seu blogue a jeito de consulta, na esperança que me possa ajudar.
Conto que a sua experiência caprina me auxilie neste dilema que me deixa inquieto ao ponto de nada me interessar, nem no trabalho, em casa, ou no resto que preenche o meu dia-a-dia cheio de banalisses.
O cerne da questão; não a ver para mais de uma década. Tempo demais dirá a Dona para que tenha deixado tal marca, mas o que é certo, é que quando os meus olhos se fixaram nos dela, e diga-se lindos como da última vez que os tinha visto, senti em mim um desejo crescente de voltar a estar, reaprender, respirar o mesmo ar que ela.
A noite correu bem, vimos os traços que o tempo se encarregou de marcar em nós, já perto dos 40 anos, rimos ao avivar as lembranças de como éramos e o que fizemos com menos 20.
Mas nela, os traços não se marcaram. Apenas curvas lindas de um rosto de mais mulher, onde a frescura feminina se misturava num deleite, fragrância de deliciadas feromonas.
A conversa foi boa, a comida agradável, e a noite passou mais rápido do que eu desejava.
Deixámos os amigos e feitas as despedidas, partimos como que numa frenética perseguição do macho atrás da fêmea. Nunca uma viagem me pareceu tão longa, pois sabia que no fim iria ter uns segundos a sós.
Além de nós, abraçados em um, olhos entrelaçados, queria que tudo o resto se sustesse.
Como que aqueles anos não tivessem passado e de novo nos 17, tudo o resto não existisse.
A vontade, o desejo, a inquietude de querer provar, morder, sentir, consumir o que nunca provara. O corpo a palpitar, a tesão a crescer num desejo animal, numa vontade pura de querer arrancar as roupas que nos separavam, unir dois corpos nunca antes unidos.
Será amor? Paixão? não... é mesmo desejo lascivo da carne contra a carne. A vontade, das mais puras. Querer percorrer o aroma do seu corpo e degustar o seu sabor proibido. Invadi-la na sua carne, saborear a sua alma, repetir e perpetuar, ficar no êxtase e ficar... sempre!
Tais pensamentos não saíram de mim durante horas, dias, e vivem até hoje, apenas se tornando mais fortes com a distância temporal.
Mas não será na amizade mais pura que nasce o desejo?

Que me aconselha D.ª Cabritinha? Sei que ela não se prende, e além disso preso estou eu há muitos anos.
Deverá esta ávida alma procurar saciar-se nesse corpo que transborda prazer? Assumindo os riscos, querendo entrar no jogo? Ser nem que por uma vez seu objecto, e que em mim ela se sacie? Valerá a pena o risco? Ou serão só dúvidas? Caso mal resolvido? enfim....
Conto com a sua experiência montesa, de cabra marota, para me aconselhar.
Assim me despeço e a partir de agora, seu... Leitor

..................................................................
Romântico Leitor, se eu tivesse o dom dos conselhos do amor serviria muita gente, incluindo a mim. Infelizmente não tenho e quando recebo consultas deste foro, fico, direi espantada! E o meu espanto serve-se de dois pratos, um frio e um outro como um caldo aquecido.
Assim começando pelo gélido comentar direi, se há amizade em ambos mas não desejo recíproco, não valerá a pena, porque quem provavelmente sairá magoado é o seu ser enquanto desejo e crente amante. O caldo que nunca passará disso mesmo, provavelmente nunca sairá a escaldar, é duvidoso. Julgo que mais você se pretende saciar que prontamente ela. Infelizmente concluo que não valerá o risco, isto querendo você se proteger, mas sinto-o inquieto e com casos pendentes e mal resolvidos, abra a porta do congelador e enfie a sua cabeça por 3 minutos e congele essa ideia, quem sabe talvez por mais 10 anos e verá que no final optou pela melhor decisão.
Sem mais, esta cabra que não arrasta na pata uma bola de cristal, mas que gostaria muito de arrastar!

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Nem sempre se pode...

Nem sempre se pHode...

S: Tão bom! Por falar nisso, vais ser bom para mim?

R: É absurdo dividir as pessoas em boas e más. As pessoas ou são encantadoras ou aborrecidas.

S: Sim, admito. É uma tentação ceder.

R: A única maneira de nos livrarmos de uma tentação… é ceder-lhe. E olha que quem disse isto tem mérito e merece ser escutado. Por amar, ultrapassou-se a ele mesmo.

S: Ai, não sei. Se bem que sinto que queria sair de mim. Nunca vivi isto. Queria ver-me dai desse lado. Se calhar alinho.

R: Então vem. Bebe o teu café. Eu espero. Temos esse tempo todo. Já está?

S: Vou. Ai meu Deus. Que pecado.

R: Não há maior pecado que a estupidez. Cala-te. Já cá estamos. Não tem regresso.

Escrito por RM em Agradinhos, Escritos e imagens de Amor e Ódio "Amar é ceder ou um abracinho de Oscar Wild"

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Sobre(s)saltos

Inspirado no último post da Devaneios de uma Loira & Companhia Conto - Feliz dia dos namorados*


• Conto - feliz véspera de carnaval

A noite ia animada, Leonor servia copos atrás de um balcão, já para mais de quatro horas sobre uns sapatos salto agulha, lindos de morrer. Tinha-os comprado de forma caseira a uma amiga que lhe dissera certo dia;
- Minha querida, tenho lá uns sapatinhos que são a tua cara!
Leonor recordou ter transfigurado alguns traços faciais e se ter apavorado ao pensar no mau gosto da amiga, duvidara que fosse a sua cara ou por quem ela a tomava!
- Aí sim minha linda? Quando vemos isso? Bem sabes que sou louquinha por uns belos saltos altos!
De postura desconfiada, esperava sem grande ânimo que a amiga tirasse os sapatos do fundo do armário.
- Credo Maria! Parece que tens escondido um tesouro! No fundo do roupeiro? Uns sapatos?
- Cala-te Leonor, o meu Jorge não pode saber…
Leonor atarantada rodou a cabeça para a porta e viu-a fechada, descansou e aguardou em silêncio, o marido da amiga andava num corrupio caseiro, danado com as maravilhosas incapacidades da tecnologia informática.
Viu os sapatos e amou-os de tal jeito como nunca lhe sucedera. Seus olhos estontearam com tamanha beleza.
- Mariaaaaaa…. Céus… que azul celestial, maravilhosos!!!
Pagou o preço à amiga sem questionar, enfiou-os num saco de hipermercado e com eles debaixo do braço passou por Jorge com um sorriso inevitavelmente sarcástico, odiava aquele traste desde o casamento da amiga, achava-o um energúmeno de duplo olhar, até os óculos pavorosos do gajo a enervava!
A noite estava óptima, o bar animado e apesar do frio que entrava pela porta batendo no corpo de Leonor, ela mantinha-se frenética com mais 8 centímetros de mulher, servia imperiais atrás de imperiais naquela véspera de carnaval.
Amainou o movimento, já eram mais de cinco da manhã, as colegas de trabalho iam sendo dispensadas do serviço e à saída sussurravam ao ouvido de Leonor.
- Apareces na Maria Lisboa depois de fechares?
Leonor gesticulava não ao som da música do bar agora mais baixa. Estava cansada, apesar de tudo mas não dos pés ou da barriga das pernas, os brilhantes sapatos faziam milagres como nenhuns outros da sua colecção, embora a noite tinha sido muito mexida e precisava descansar.
Sozinha assoprara as últimas velas acesas das mesas, olhara em redor confirmando que nada ficava ligado. Na rua, já deserta, agacha-se fechando a grade do bar e sentira-se acompanhada por um som longínquo de paços, de sapatos na calçada que se tornaram mais lúcidos à aproximação.
Dá o conclusivo rodar de chave e levanta-se com a sua mega-bolsa a tiracolo, vira-se para apanhar caminho e sente uma mão encaixar na sua, de rosto baixo vê uns pés com calçado clone ao seu. Em placidez caminham juntos, fazem o mesmo trajecto, sobem a rua, Leonor pára ao lado do seu carro e finalmente sobe o olhar para contemplar um rosto sensualmente bem maquilhado, uma cabeleira loira lustrosa, um vestido prenunciador de todas as curvas corporais, um ser magnificamente belo, aromático e luminoso que lhe tira da mão as chaves do veículo. Leonor sente-se tranquilamente vislumbrada, deixa a criatura junto a si contornar o seu próprio carro, este abre a porta do pendura para a sentar no transporte, fecha a porta delicadamente e igualmente penetra a viatura, liga-a, agarra-se ao volante e arranca direccionada já a um destino certeiro. Leonor extasiada no seu próprio carro, conduzida por uma mulher alheia.
Abre-se um portão de garagem ao reconhecimento de som vocal, “o salto sou eu!” sobem a rampa, a misteriosa guia desliga o motor. Leonor vê-se infiltrada numa luxuosa caixa de betão, janelões que acabam em arco perfeito onde a luz nocturna viola os únicos objectos que se encontravam a meio daquele loft, uma colossal cama vestida a cetins e uma banheira Luís XV cheia de água fumadora. Saem, deixando ambas a porta aberta e encontram-se em frente ao carro. Encaixam novamente as mãos e encaminham-se para a banheira, descalçam os fabulosos sapatos e entram vestidas na água. Ressoa por magia, uma música voluptuosa, despem-se ao sabor de beijos e de carícias sedutoras, a quente água desonra as maquilhagens de ambas, escorre make up pelos seios de Leonor, desenham-se linhas dançarinas de rímel no ainda vestido da amante misteriosa.

Leonor deixa-se levar por ela, por aquela secreta vontade e despe-a, despe-a e despe-a… julgando encontrar uns seios declarantes e atractivos mas depara-se com um deserto de plana areia e despe-a, despe-a, despe-a, tira-lhe peça a peça que atira para fora daquela banheira e sente um palpitante falo errante! Salta-lhe o coração, assusta-se, agarra a cabeleira luzente já meio vacilante e atira-a contra o chão de tábuas corridas. Ela é um Ele, um magnífico espécime ELE!
Amam-se na banheira, encharcam a madeira, e alagados voam para a cama amante. Delirantes, atingem como nunca antes a suprema dor de tesão, a dor na paixão, a vontade de pronunciação de promessas, palavras galantes, amantes, mas não. Não há palavras, nunca houvera…
Leonor acorda nua em si, nua em redor, sobre um silêncio frio, uma luz assassina, levanta o corpo quente perante o vago, observa a banheira vazia, seca, sai da cama, deambula descalça sobre o soalho que agora lhe ouve sinistro ranger, não há nada, nada, nada, só ela, a cama remexida, a banheira desabitada, e o carro que contínua com ambas portas abertas. Não há um casaco, não há um vestido, umas meias umas cuecas sequer… Não há nada, nada, nada! Entra nua no carro, lívida, encontra as chaves imaculadas na ignição, liga o motor, fecha as portas, gira totalmente o volante, acelera doidamente, em pião, no meio do salão quase levando de rasto os únicos objectos daquele gigante jazigo, desce a rampa e encontra o preto portão. Em pânico observa as paredes despidas, o coração não pára de lhe bater cada vez mais forte, está gelada, nua, desamparada, desatenta, consegue ouvir um zumbido, no seu lado esquerdo nasce do chão um bastão perfurado e ouve uma foz feminina meio metalizada; “Código por favor”… Leonor salta do banco, assustada roda o manípulo e abre a janela e ouve de novo “código por favor” Leonor grita; quero sair!... “Código inacessível”, grita; quero sair, foda-se, quero sair! “Código por favor”… Olha em frente como se encorajando a transpor com o seu frágil veículo aquele negro portão e repara nuns sapatos entalados, poisados sobre o tablier, não os seus sapatos, outros, aqueles de linhas iguais mas de sua cor púrpura. Um postit na alma de um dos sapatos onde se lia: Código: o salto fui eu! …estremece de novo aos som do pedido “Código por favor”… e grita O SALTO FUI EU! CARALHO!!!
O portão abre lentamente, Leonor chora no meio de um sorriso libertador e conduz pela cidade. De sorriso passou a gargalhada, limpou as lágrimas, estava frio mas abriu a janela, viu o azul mar da marginal.

Encostou, calçou os sapatos púrpura e nua saiu do carro, ao andar sentiu que aqueles já não eram o seu número, subiu o pequeno muro, descalçou os sapatos enfeitiçados e com força atirou-os, lançou-os às pedras, sabia que pela noite seria maré cheia e levaria aquela tentação para um outro lugar, para um outro qualquer mágico lugar…
(continua)

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

…porque me apeteces…

Do texto “Estranho” da Terpicosnopipi

“Ela pensa, será começar a aula ou, …vamos começar o jogo?”
Ele sente o jogo, pensa, sim começou o delicioso jogo! Com este meu corpo, este meu ser vulcano acesso, vou-te abrasar, vou-te enlouquecer nesse teu jeito desastrado! Pegarei em ti como a um baralho de cartas com passado, presente e futuro e misturarei com sôfrego prazer, verás a minha voracidade e ainda em transe sofrerás cada pedaço de deleite violado! Tu ainda em gemido murmurado serás puxada a mim, com força contra meu mítico peito e te fundirás. De tão quente te tornarás cinza e só de borralho te apanharás!
Sem pesar lanço-te disforme aos mares na dor de paixão e serás comida pelas filhas do Oceanus.
No entanto saberei que dirás;
Porque me apeteces tanto, meu Deus Vulcano?




quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Eu ando pelo mundo...

Da Cabra para voçês no máximo do volume;



terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

qualquer cama

Queria-te nesta cama, nesta minha ou noutra qualquer, aqui não é especial, mas se cá estivesses queria-te toda, seria tudo e no todo seria especial.
Sou vilão, sou macho sensual, sou mágico genital que te viro e te possuo com minha maga língua. Tu vibrarás de desejo, arranharás as estrelas e morderás a cortada lua, enfeitiçada estarás ao som da minha voz madura, o cântico que te trouxe a mim.
Com ganas devolvo-te ao chão, depois desta apressada penetração, quero-te assoalhar, viver nesse corpo que destila tesão e empurrar-te deste colchão tormentoso de amor e comer-te desde o rés-do-chão.
Abro a porta do meu pensamento e ordeno-te que saias, grito que saias. Sai de mim, sai daqui de onde não te esqueço, sai do meu pesado pensamento! Sai! Desaparece! …mas hoje queria-te aqui, nesta minha cama, nem que só por um momento, abraçar-te, dormir agarrado …mas sai de mim.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Ela

Foto: Endoidecer contigo - Sónia Cristina Carvalho
Tinha uma capacidade conatural. Um olhar límpido, vítreo, luxuosamente bonito. Os lábios aveludada romã era uma tentação, a boca abanava alheios quando sorria, quando falava. Era simplesmente graciosa, simpaticamente fácil de se amar, cabia-lhe uma espirituosa alegria como um vestido de cetim escorreito a um corpo esboçado.
Só nela, a cada segundo apaixonante inalava-se um aroma inexplicável, levava-os ao desejo iminente de a comer sem mastigar, engolir freneticamente e vomita-la de seguida num arrependimento da gula apressada.
Escandalosa mulher de ávida cobiça. Dócil, misteriosa, estupidamente simpática, mimoseava ambição odiosa a quem negado lhe era usufruto. Incomodativa segurança servia-lhe, provocando, queimando de fervor os que incapazes de a ter Cinderela.
Era Carmen, ela,
Carmen.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

12ª Consulta


Foto: Paulo Madeira
Testicular gasto!?
Dona Cabra, pode ajudar-me?
Desculpa o incomodo mas acho que tenho um problema (e o meu pai nem quer falar nisso). Já há algum tempo que tenho a notar que a minha ejaculação é fraca. Ontem embora tenha saído esperma mas saiu como naquelas vezes em que estamos quase a fazer xixi e depois nos contemos e sai algum xixi. Será que o sistema de injecção do esperma dos meus testiculos está gasta e vai ser preciso operação? Li que isso pode ser andropausa. Mas se fosse teria outras coisas como perda de erecção etc. Mas o mais engraçado é que tenho erecções normais, e ainda outro dia quando estava a falar com a rapariga tive uma erecção. De referir que o xixi sai normal. Claro que não é em repucho de 1 metro mas se puxar a pele para trás dá para fazer xixi fora da sanita. Portanto não é do canal urinario. Deve ser então dos sistema testicular que está a funcionar mal. Essa situação pode ser do excesso de masturbação? Se é vai ser um aborrecimento. Não queria fazer operação nesse local. E para ter filhos era preciso fazer né?
Ouvi dizer que "deve ser um problema de menos secreções prostáticas"
Pesquisei na internet isso e não algura nada de bom. Tem haver coma prostata. Em setembro as analises não mostraram alterações da prostata.
Podia aumentar o nivel de testerona mas isso é à base de drogas e como é óbvio não me meto nisso.
Aos 40 anos poucos homens (só os actores porno) é que vêem ejacular. Se eu me colocar numa posição que não me permita ver a ejaculação não parece haver problemas porque não vejo. 99% dos homens não costumam ver a ejaculação porque eles quando fazem sexo vêem-se dentro das mulheres e por isso sentem prazer e não dão conta dessa perda de força. Eu já perguntei a alguns tipos mas eles dizem sempre (obviamente) que no caso deles conseguem ejacular forte e ate´gozam o que fico sem saber como afinal é.
Bolas... E logo agora que estava a tentar arrranjar mulher. Começa a pensar que deus quer o meu mal. Sei lá...
Gostava muito que tudo isto pudesse ser esclarecido por si, Dona Cabra!
Rui

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Querido Rui, não é incómodo nenhum poder elucidar algum leitor portador de alguma dúvida, atormenta ou mágoa.
Todos nós temos problemas e quando não temos geralmente fazemos por adquiri-los mesmo inconscientemente.
Por vezes no seio familiar não encontramos respostas, não por falta de interesse da outra parte mas muitas das vezes por incapacidade nossa de ilustrar os factos com ligeireza.
Se reparar bem Rui, grande parte das suas perguntas vêm com resposta ou pesquisa já feita. Quero relembrar que não tenho qualquer formação na área da ginecologia, urologia ou trato para qualquer tipo ou disfunção sexual, a cabra reflecte sobre passíveis questões de identidade distorcida ou ténues distúrbios psicosexuais.
Quanto à masturbação, (a única questão que não foi merecedora de resposta imediata sua), essa nunca é em excesso, bem pelo contrário, pode até aprender a controlar melhor o seu corpo e seu prazer com a masturbação.
Não percebi o seu raciocínio no que se refere aos homens de 40 anos, quando diz que poucos vêem a sua ejaculação e a associação aos artistas porno, bem como o que tem o seu dito problema a ver com a posição que se lhe permite.
Posso sugerir-lhe que consulte um sexólogo ou umas secções de acupunctura.
Atenciosamente Miss Cabra.
Privada, mais um para ti, beijo.


quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Encantadora puta

ARTE
Era uma puta delicada e triste, que seduzia com a sua delicada tristeza e com a sua triste delicadeza.
A encantadora puta, delicada e triste, conquistava com os seus gestos tímidos, com o sorriso que nunca se formava totalmente e com o seu ciciar sussurrado de gata delicada e triste apanhada nas malhas de um mundo maior do que ela e que a obrigava a ser puta, ainda que se mantivesse delicada e continuasse triste.
Depois, ainda que a princípio mostrasse um sorriso contrafeito, um sorriso falso, tão delicado e triste como ela, a puta abocanhava com inesperado fragor e entusiasmo, surpreendendo-os, e enquanto chupava e lambia sussurrava elogios inéditos e louvores excêntricos enquanto as mãos de pele suave se afadigavam vertiginosamente numa aceleração arrebatadora.
– Ah! – exclamavam os clientes, precocemente aliviados mas satisfeitos como se tivessem fodido. – Aaaah…
– Oh… – deixava escapar delicadamente a triste puta, visivelmente sentida e desconsolada por não ter sido fodida por tão brioso macho e por fim, preocupada por lhes manter a auto-estima e para lhes renovar a vaidade, aditava sorridente e entusiasmada, como se fosse coisa nunca vista: – Oh, meu querido… Mas que jacto! Que bombada!
E eles sorriam como adolescentes, cheios de brio e mania, orgulhosos do sorriso encantado da puta triste e delicada.
- Escrito por Garfiar

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Mimado

Foto: Power - Paulo Madeira

Ricardo era um rapaz mimado.
Ricardo era um rapaz francamente complexado.
Ricardo era o nome do rapaz.
Ricardo excitava, Ricardo reclamava, Ricardo queria, Ricardo menosprezava.
Não deixaram crescer o coitado do Ricardo ou o Ricardo pouco se arruinou na vida para crescer ou saber se Ricardo também o queria.
Era assim o rapaz Ricardo.
Desafortunado carente Ricardo, desconsiderado rapaz capaz de tudo e de tanto, capaz de rigorosamente nada!
Anda Ricardo, tira isso daí, saca cá para fora e vem-te fazer feliz….